Recentemente a Caixa Econômica Federal anunciou a redução do limite de financiamento para imóveis usados e o aumento nos juros dos empréstimos para a compra da cada própria. Tão logo a notícia se espalhou, comecei a receber uma enxurrada de e-mails de profissionais de todo país querendo entender melhor esta situação.
As mensagens vieram carregadas de dúvidas e preocupações sobre o futuro do setor. Como foram muitas perguntas e sobre pontos diversos, resolvi compartilhar os principais questionamentos que recebi neste artigo. Venha conferir o que eu penso sobre este assunto.
Entenda a elevação dos juros
Antes de falar da elevação da taxa de juros no financiamento imobiliário concedido pela Caixa Econômica Federal, é preciso entender qual é a principal fonte de recurso para este tipo de empréstimo, pois isto impacta diretamente nesta relação de causa e efeito.
Os depósitos em poupança são a principal fonte de recurso para o financiamento. Dados do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo) revelam que nos últimos 10 anos, mais de 75% dos contratos de financiamento imobiliário tiveram recursos vindos da poupança. Isso porque este era um recurso de fácil acesso aos bancos e muito rentável para os clientes, o que tornava a caderneta de poupança um grande atrativo para os investidores.
No entanto, recentemente houve uma correção na fórmula de rentabilidade da poupança que é atrelada a taxa SELIC e que limitou o seu rendimento. E com o aumento gradual da taxa SELIC e, consequentemente, menor rentabilidade da poupança, esta deixou de ser um investimento atrativo e os investidores têm migrado seu dinheiro para outros tipos de fundos cuja correção não é atrelada à SELIC.
Para se ter uma ideia do impacto desta migração, no inicio de maio, o Banco Central anunciou que a caderneta de poupança perdeu mais de R$ 29 bilhões, resultando no quarto mês consecutivo com fechamento negativo.
Então, com esta evasão de recurso da caderneta de poupança, principal fonte para o financiamento imobiliário, a Caixa Econômica se viu diante de uma diminuição do seu capital para concessão do crédito habitacional e precisou fazer ajustes, reduzindo o limite de financiamentos com recursos da poupança e elevando a taxa de juros.
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