quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Reserva Pitangui aposta no cliente local e no crescimento urbano


Comprada em fins de 2010 pela Prosperitas, empresa especializada na gestão de fundos imobiliários, que investiu R$ 200 milhões no negócio, a Cipasa, uma das maiores empresas de loteamento do país, começa a dar forma ao antigo e controvertido projeto do empresário Paulo de Paula na praia de Pitangui.
A ideia é oferecer a R$ 500,00 o metro quadrado de terra, lotes de 420 metros quadrados, entregando no pacote toda a infraestrutura para os futuros moradores, com os mimos que eles têm direito – áreas comuns de lazer, piscinas, academia de ginástica e tudo que  já existe nos condomínios de alto padrão, mas sem a ostensiva presença da natureza existente no  batizado de Reserva Pitangui.
Desde que foi turbinada pela injeção de capital da Prosperitas, que adquiriu 70% do negócio, a Cipasa cresce 30% ao ano com empreendimentos similares pelo país. O Valor Geral de Vendas do empreendimento de Pitangui é de R$ 50 milhões, um VGV de qualquer empreendimento hoje nos melhores bairros de Natal.

Ricardo Navas, diretor comercial da Cipasa, que participou do lançamento do projeto esta semana num hotel da Via Costeira, com direito a um show da cantora Luiza Possi, explicou que o foco do empreendimento é inicialmente para a segunda residência voltada a clientes potiguares e da região Nordeste. Mas ele admite que, em breve, muita gente pode querer morar nas casas a serem levantadas, seguindo a tendência das cidades médias brasileiras, onde as pessoas buscam qualidade de vida e segurança.
Para Natal, que em passado recente teve Ponta Negra como uma praia de veraneio, é isso há apenas de 40 anos, o projeto faz todo o sentido. A expansão imobiliária que mudou dramaticamente a face da pacata capital potiguar não foi seguida pelo crescimento da infraestrutura, mas isso também não tem a menor importância para a Cipasa. “Se a gente morasse na Suíça, seria outra coisa, mas no Brasil é comum o crescimento se antecipar à infraestrutura”, constata Ricardo Navas.
A Cipasa ingressou no segmento de loteamentos residenciais em 1989 ao lançar, em uma gleba de mais de 2 milhões de metros quadrados, o empreendimento Aruã, com cerca de 2.000 lotes na cidade de Mogi das Cruzes (SP). Em 2003, adquiriu a Atuarq Desenvolvimento Urbano, tornando-se uma loteadora completa, com atuação em todo o estado de São Paulo, e sem nada a verer a algumas das maiores incorporadoras e loteadoras do país, como Alphaville, Scopel, Cyrela e Setin.
O empresário Paulo de Paula, nesse caso, não poderia ter arrumado parceiros melhores. Depois da UNP, ele tem apostado quase todas as suas fichas do projeto de Pitangui, que enfrentou problemas com os donos originais da terra, mas que, segundo o diretor comercial da Cipasa, são questões superadas, inclusive no que diz respeito aos temidos licenciamentos.
Hoje, na área de loteamento residencial, a Cipasa acumula um estoque de terrenos com potencial de R$ 1 bilhão em vendas, segundo o jornal Valor Econômico. Criada em 1989, a empresa já lançou mais de 35 empreendimentos de alto padrão, como Quinta do Golfe, em São José do Rio Preto, duas parcerias com Alphaville, entre muitos outros.
O capital para investir em Jacumã é próprio, pois incorporadoras de loteamentos residenciais não podem contar com recursos do Sistema de Financiamento de Habitação (SFH). Assim, os recursos necessários são oriundos da venda de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Trata-se de títulos de longo prazo lastreados em créditos imobiliários – fluxo de pagamentos de contraprestações de aquisição de bens imóveis, ou de aluguéis – emitidos por sociedades securitizadoras. Assim, a aquisição de lotes não pode ser financiada com dinheiro de fundos públicos, bem mais em conta para o setor imobiliário.

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